quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Considerações sobre a identificação e o enamoramento e hipnose

Essa postagem traz uma pequena síntese dos apontamentos sobre os conceitos apresentados nas postagens anteriores sobre a identificação e sobre enamoramento e hipnose. Texto escrito por Alessandra Ferreira e Jhéssica Karine Pereira.







CONSIDERAÇÕES SOBRE A IDENTIFICAÇÃO E O ENAMORAMENTO E HIPNOSE

Vimos que a Identificação é a forma mais precoce de ligação afetiva no desenvolvimento humano, e também de suma importância para a formação do complexo de Édipo. A identificação se dá de forma ambivalente, podendo ocorrer tanto de forma terna como hostil. Freud diz que a identificação pode tomar o lugar da escolha do objeto e, a escolha do objeto pode retornar à identificação, que é o que ocorre quando o indivíduo assume uma ou mais qualidades do outro em forma de sintoma. 
Então, a identificação pode surgir, sempre que se percebe características em comum entre os tão mencionados “Eus”, o que ocorre com certa frequência nas massas. Freud cita também exemplos de introjeção do objeto no Eu, nos quais ao se perder um objeto amado, inconscientemente, introduz-se esse objeto ao Eu, agindo de acordo com o objeto perdido.
Já sobre o Enamoramento, pudemos compreender sobre a posição e concepção de Freud sobre o “amor” em variadas formas, onde ele compreende que o amor é um apanhado de investimentos objetais da ordem dos instintos sexuais que também reúne determinadas complexidades que permitem que estes impulsos mantenham-se duradouros mesmo após a satisfação dos mesmos. O que nos leva a compreender alguns comportamentos sociais e individuais quando estes indivíduos encontram-se enamorados. 
É importante ressaltar a característica comum em qualquer tipo de enamoramento que envolve um abandono narcísico seja ele parcial ou total, e também suas características humildes e até mesmo autodepreciativas, o que nos leva a compreensão da superestimação do objeto, uma vez que o Eu perde sua capacidade crítica, posicionando o objeto como perfeito e completamente livre de defeitos. 
A partir desse conceito, então, Freud faz um paralelo com a relação hipnótica de um indivíduo com o hipnotizador, que possui basicamente a mesma estrutura do enamoramento, exceto que, na hipnose não há satisfação das aspirações sexuais. Partindo disso, Freud fala sobre a constituição das massas, e, como essa relação dos indivíduos com um líder muito se assemelha ao processo da hipnose. Na constituição das massas, vários indivíduos abandonam seus ideais do Eu e o posicionam em um único indivíduo (líder) e então se identificam uns com os outros em seus Eus nessa “organização” que torna seus ideais do Eu um objeto em comum.

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COMO CITAR ESTA POSTAGEM

FERREIRA, A. C. C.; PEREIRA, J. K. Considerações sobre a identificação e o enamoramento e hipnose. Curitiba, 13 set 2018. Disponível em: <https://psiqueempalavras.blogspot.com/2018/09/consideracoes-sobre-identificacao-e-o.html>

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